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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ajude, há esperança


Eles são pequenos, muitas vezes se perdem no caminho
Não tem mais nem mãe. Vivem na beira do abismo.
O bem e o mal frente a frente.
Eles precisam de um amor presente.
Mas maioria passa, indiferente.


Nas calçadas, nos viadutos.
Estão em todos os lugares.
Vivem fugindo, de algo até absurdo.


Na maioria todos passam, ninguém vê,
Enganam-se em não perceber os olhos que lacrimejam.
A mão se estende em um gesto hostil.
A esperança parte, o amor se vai.
A arma se apresenta, o que era brincadeira mata, fere e arrebenta.


Para muitos é difícil aceitar.
Crianças criadas sem lar.
Se um amor, um pai para educar.
Mas aviso meu amigo, eles tem uma vida para se dedicar.


Falta paz. Atitude.
Falta boa vontade. Amor e saúde.
Falta coragem de rever conceitos
De abrir o peito e ajudar.


Se cada um fizer um pouco
O mundo poderemos melhorar.
A paz podemos criar, nem que seja dentro de nós
O amparo de uma criança é obrigação
Por favor amigo, haja com o coração!

Postado por: Franceli Stefani
Postagem baseada no livro "Capitães de Areia", de Jorge Amado

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Amor ou demônio?


Do amor e outros demônios (Del amor y outros demonios) é um romance mágico do colombiano Gabriel Garcia Márquez, reconhecido por redigir histórias baseadas na sua vivência como jornalista. Neste livro, com publicação da Editora Record e tradução de Moacir Werneck, esta realidade não é diferente. Garcia Márquez relata a vida de uma marquesinha de doze anos e, paralelo à menina, trata temas polêmicos como o preconceito, a intolerância, os conflitos religiosos e o desprezo dos progenitores para com a filha. O livro foi inspirado por uma reportagem que o autor deveria fazer acerca da demolição do Convento Santa Clara. Ao chegar no local, teve acesso ao túmulo das freiras e em um deles encontrou o esqueleto de uma adolescente com uma enorme cabeleira. Tal fato o fez lembrar de uma lenda contada por sua avó, da marquesinha que tinha mais de vinte metros de cabelo, lenda esta que foi relatada no decorrer deste romance que chega à sua 6ª edição em 1995, recebendo o prêmio Nobel de Literatura.

Nessa fantástica obra-prima, Gabriel García Márquez sensibiliza seus leitores com a história da pequena Sierva Maria de Todos Los Angeles, menina que fora rejeitada pelos pais marqueses assim que nasceu. Sierva Maria foi criada pelos escravos africanos da casa e com eles aprendeu os costumes e a religião da África. No dia do seu décimo segundo aniversário, uma das escravas a levou até a feira, onde a menina foi mordida por um cão que estava com raiva. Ninguém se deu conta do perigo, até o dia em que uma cigana apareceu na casa do marquês e contou que a menina fora mordida. Mesmo não acreditando, o pai foi averiguar. Após um tempo, Sierva Maria apresentou sintomas da doença, deixando o pai totalmente culpado por não tê-la amado. Aí, então, o marquês passa a dar valor à filha, procurando ajudá-la de todas as formas, algumas não apoiadas pela Igreja. O bispo, tendo consciência do fato, chamou o marquês para uma conversa, e supôs que a menina estava em plena possessão demoníaca e que deveria ser imediatamente internada no convento. Lá, Sierva Maria foi internada na ala das enterradas vivas. No dia que fora ao convento, diversos fatos intrigantes ocorreram, reforçando a ideia de que a menina estava mesmo sob posse de demônios. O bispo convoca o padre Caeytano para ajudá-la e eles acabam se apaixonando. O romance puro, porém proibido, é delicadamente relatado até o final do livro, fazendo levantar um questionamento se a menina sofria de possessão de demônios ou se o seu problema era única e exclusivamente a escassez de amor.

É inevitável não lembrar dos contos de fadas ao ler este romance. Gabriel Garcia Márquez parece fazer uma analogia clara entre a menina Sieva Maria e a princesa Rapunzel, não somente pela longa cabeleira que ambas possuíam, mas também pela amabilidade escondida num rosto de donzela. Ambas tinham um “príncipe encantado” em suas vidas e, enquanto Rapunzel estendia suas longas tranças para seu amado escalar a torre, o padre Cayetano escalava heroicamente o muro para visitar sua amada e com ela trocar juras de amor eterno. As duas histórias distinguem-se no final, sendo o conto de fadas um final feliz e a história da menina e do padre um final trágico, porém lógico e extremamente racional e emocionante.

O amor do padre e da menina era o único demônio presente constantemente na obra. Demônio este que possuiu a alma de ambos, tornando-os dependentes daquele sentimento inédito. Gabriel Garcia Márquez foi totalmente feliz em construir esta história regada a lições, despertando em seus leitores sentimentos de cumplicidade para com a obra, esta que possui um final surpreendentemente incrível, fugindo de todos os clichês. Do Amor e Outros Demônios é para todos aqueles que buscam surpresas em palavras magicamente bem escritas.

Postado por: Bianca Hennemann
Postagem baseada no livro "Do Amor e Outros Demônios", de Gabriel Garcia Márquez

Sequestros no Brasil


Um dos assuntos polêmicos no Brasil que deixam milhares de famílias no desespero e surpreendem os brasileiros são os sequestros. Hoje, já são de varias maneiras: internet, telefone ou por meios mais tradicionais.
O que também acontece é a “simulação” de um sequestro, onde a vítima acredita que algum parente seu está detido e acaba sedendo as negociações de quem o pratica. Assim, cai na armadilha e deposita dinheiro sem que ninguém esteja sequestrado. Este é um dos tipos mais frequentes, porque não há muito risco. Outros já são muito mais perigosos e infelizmente ainda são cometidos, como o da menina Eloa, que foi um dos casos mais comentados no Brasil, onde ela e a amiga foram vítimas do ex namorado Lindemberg. Em geral, o sequestro de pessoas é feito com intuito de extorção, ou seja, um confronto dos sequestradores por meio de violência ou ameaça, com objetivo de obter vantagem financeira ou por motivos pessoais.
Já o sequestro relâmpago, a vítima é mantida por um curto espaço de tempo sob controle dos bandidos para que eles possam obrigá-la a retirar todo o dinheiro que possuí. Esse tipo acontece bastante no Brasil principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Na verdade, é uma nova modalidade de ação criminosa no mundo moderno, que por isso não estávam expressas na lei, pois somente em abril deste ano que foi criada, mas nem sempre é respeitada como todas no Brasil.
No ano passado, em agosto de 2008 houve o lançamento do livro “Seqüestros: Modus Operandi, Estudo de Casos” pela escritora Noely Manfredini, especialista em direito, e pelo Deputado Rubens Recalcatti que tem como objetivo ser fonte de pesquisa e treinamento para policiais e para o meio acadêmico, além de permitir a troca de conhecimentos entre países. Eles acreditam que mostrar os tipos de sequestros e como acontecem servirá como orientação para os policiais, outros profissionais e estudantes a agirem corretamente quando se envolvem nesses casos.
Enfim, os sequestros no Brasil ainda acontecem, principalmente em grandes cidades, apesar de não ser tão frequente quanto assaltos e roubos é um dos muitos problemas do país que não são solucionados.

Postado por: Jéssica Ramos
Postagem baseada no livro "Notícias de Um Sequestro", de Gabriel Garcia Márquez

Um inferno chamado álcool


Presença constante em festas, em reuniões de amigos e de família as bebidas alcoólicas se tornaram vilãs da novela da vida real moderna. Com ela o Alcoolismo, que passa despercebido na sociedade, apesar de ser a quinta causa de morte prematura e de incapacidade no mundo todo, além de provocar 4,4% das doenças em todo o planeta. Constantes pesquisas são feitas pela organização Mundial da Saúde (OMS), que apresentou recentemente um relatório afirmando que ocorrem 2,3 milhões de mortes anuais no mundo em decorrência de problemas relacionados ao consumo excessivo de álcool. Considerado como problema de saúde pública, ocasiona crimes diversos, especialmente mortes no trânsito.

Para combater as milhares de mortes de brasileiros em vias de todo o país criou-se a Lei Seca. Que visa coibir a ingestão de bebidas com teor alcoólico em festas. Muitas vidas já se perderam nas estradas por uma simples distração. Quantas brigas já ocorreram e quantos inocentes já perderam a chance de ter uma longa e bela passagem pela terra? É preciso ter consciência. É necessário mais informações concretas. Proibir ingestão por menores não é suficiente. A Lei Seca não é suficiente. O bom senso e a noção, o saber a hora de parar são fundamentais.

Há muita gente sem juízo. Infelizmente, há pais que ignoram tudo isso, que chegam ao absurdo de molhar a chupeta de seus filhos na cerveja, que acham graça das caretas dos filhos devido ao gosto amargo. Depois, esses mesmos pais reclamam da falta de assistência médica, do preconceito social, choram a morte dos filhos no trânsito. Esperamos que perante todos os dados já confirmados, das tantas mortes prematuras as pessoas possam refletir sobre o que é Alcoolismo e o que ele faz na vida de cada indivíduo.

Postado por: Franceli Stefani
Postagem baseada no livro "Visconde Partido ao Meio", de Ítalo Calvino

Boas e más pessoas


O bem e o mal estão misturados sobre diversos aspectos, mas algumas pessoas acreditam que são dividas entre boas e más, e que ser bom é estar ao lado de Deus ou se a pessoa é má acredita-se que seu destino é o inferno.
Todas as pessoas têm seu lado bom e ruim, porém algumas manifestam um dos lados mais intensamente. Ou seja, por mais que uma pessoa seja boa, ela obviamente vai ter seu lado negativo, ou vai ser um pouco egoísta ou talvez possuir alguma outra característica negativa. Mas isso não significa que não existam pessoas boas e más, pois quem pratica ações generosas obviamente é uma pessoa boa e, sendo assim, quem mata alguém tem uma má índole.
Como sociedade, definimos o bem e o mal que inclui a moral e a ética, ou seja, temos nossos costumes conforme nossa sociedade e, consequentemente, respeitamos as regras. Assim são estabelecidos os bons e más comportamentos ou boas e más pessoas.
Algumas pessoas vivem esse lado ruim tão intensamente que matam por dinheiro, sem dó alguma, e acabam se tornando pessoas calculistas e cruéis, pois além de uma má índole colocam prioridades individuais em primeiro lugar sem se importar com o próximo. Outras são tão generosas que acabam se preocupando demais com os outros e se privam de algumas coisas, mas são essas as merecedoras de afeto e de todas as coisas boas, ou pelo menos, deveriam ser.
Por isso, as pessoas são “divididas” em boas ou más, mas, na verdade, tanto as boas quanto as más possuem virtudes e defeitos, porém algumas intensificam esses desejos de forma destrutiva, já outras sabem administrar os sentimentos com equilíbrio.

Postado por: Jéssica Ramos
Postagem baseada no livro "Visconde Partido ao Meio", de Italo Calvino

Santo Expedito, a fazenda que cultiva vida


A entidade que se dedica a recuperar dependentes químicos baseia o tratamento em trabalho, disciplina e oração

Salvar vidas, dar uma segunda chance, reacender a chama da esperança. A recuperação de dependentes químicos é a razão de existir da Comunidade Terapêutica Fazenda Santo Expedito. Encravada em quatro hectares na localidade da Cachoeira, a entidade acolhe viciados em drogas e se sustenta em três pilares: oração, trabalho e disciplina. Enquanto a pessoa se desintoxica, aprende a enxergar que o mundo também pode ser encarado de cara limpa.

A propriedade é particular. Só recebe homens maiores de idade. A capacidade máxima é de 40 pessoas. Hoje são 32 residentes. O calmo clima interiorano de algum modo contrasta com as regras de disciplina que norteiam a fazenda. Os internos são responsáveis por fazer a casa funcionar. Preparam o almoço, organizam o alojamento, plantam e até limpam o curral.

O trabalho ocupa a mente de forma saudável. Tudo é acompanhado pelos quatro monitores, que são os responsáveis pelo bem-estar dos pacientes. “Trabalhamos com o sistema de residência. São nove meses de tratamento. Os seis primeiros são diretos, recebendo visita dos familiares no segundo domingo de cada mês. Após eles saem por uma semana para o chamado período de ressocialização e depois voltam”, destaca o diretor de tratamento Silvio Reis de Jesus.Ele explica que há um cronograma a ser respeitado. “Há horário pra tudo. Temos um grupo de oração, grupos de trabalho e contamos com voluntários que nos auxiliam. Sempre na última quarta-feira do mês, somos os responsáveis pela missa na Igreja Matriz”, ressalta.

O ambiente da Santo Expedito é amplo e bem cuidado. Possui horta, capela, pátio verde, campo de futebol. Ali são criadas vacas e porcos. E cães saltitantes recebem os visitantes, fazendo a alegria do local. Não há muros enormes nem seguranças por todos os lados. Apenas uma cerca de arame liso e uma porteira separa os dependentes da rua. Fuga? Nunca aconteceu. Se alguém quiser desistir do tratamento, basta comunicar a direção e posteriormente a família.

A vontade de largar tudo durante as crises de abstinência se manifesta de diversas formas. A saudade da família, a vontade de “cair no mundo” e a chamada doença do autoengano” - quando o viciado acredita estar livre sem ter completado o tratamento - são os principais obstáculos. “Nós conversamos com eles nos momentos de crise. Tentamos convencê-los de que é melhor ficarem conosco. Se não temos êxito, avisamos os familiares”, enfatiza. A maior luta dos viciados, diz Sílvio, é contra eles mesmos.

O início da nova jornada é marcado pela estranheza. Ambiente novo. Pessoas desconhecidas. E regras, disciplina - algo que é fundamental, mas faz muita falta. Alguns ficam muito nervosos por causa da falta da droga. “Nós mandamos a pessoa para avaliação psiquiátrica quando necessário. Se for prescrito o uso de medicamentos, nós administramos”, relata o diretor, apontando para um armário chaveado. Para o dependente químico não há cura definitiva, mas um tratamento permanente.

70% de Recuperação

O índice de recuperação é alto. Desde o começo das atividades da Fazenda, em 1° de novembro de 2006, cerca de 70% dos residentes se recuperam. Entre os que desistem, em torno de 95% voltam a ser reféns do tráfico. O crack é a droga mais comum e a que mais vicia. “Os mais novos geralmente vão direto para o crack, nem passam por outras drogas. O vício normalmente é casado com o álcool. Um leva ao outro”, desabafa.

O usuário procura ajuda quando não tem mais nada. Já furtou, gastou todo seu dinheiro, perdeu seu emprego, às vezes até a família. Sem dignidade, encontra-se no “fundo do posso”. A entidade só abriga maiores de 18 anos, mas famílias que necessitam de orientação para encaminhamento de menores à desintoxicação podem entrar em contato.

Os pais podem perceber se um filho, amigo ou parente se tornou drogado observando as companhias, comportamento agressivo, baixas notas na escola, além de horários que saem e chegam em casa. “Existem grupos de auxílio às famílias, como o Amor Exigente, que estamos iniciando em Portão. A Escola Pedro Schüler mantém um grupo de autoajuda, preservando o anonimato”, destaca o diretor.

A instituição trata pessoas de diversas cidades. Hoje há pacientes de Caxias do Sul, São Marcos, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Esteio, Sapucaia do Sul, Canoas, Gravataí e Porto Alegre. Informações podem ser obtidas pelos telefones 97266103, 84377336 e 85238957.

O usuário que iniciou aos nove, bebendo em aniversário

Começou quando ele tinha nove anos. Felipe Carvalho*, hoje 29, morava em Canoas. Tinha uma família normal, estudava, tinha amigos. Supostos amigos, na verdade, pois eles o levaram
para um mundo de dor, agonia e sofrimento. A primeira experiência foi com o álcool em uma festa de aniversário, quando tomou um porre de vinho. Aos 11 anos, teve o primeiro coma alcoólico bebendo suco de uva com vodka. Com 14 experimentou maconha. “Eu queria ingressar em um ciclo de amigos. Me sentia excluído se não fizesse também”, relata. A cocaína chegou aos 17 anos. E o crack dois anos depois.

No começo era pouco. Finais de semana, quando saía com amigos. Durante a semana trabalhava como estoquista, conseguia se sustentar, vivia bem, mas queria mais. Dominava o vício. Não imaginava que se tornaria dependente. Com o passar do tempo, foi se drogando uma vez por semana, depois duas e assim seguiu até tornar-se um hábito diário. “Eu sentia uma euforia muito grande, uma sensação de liberdade, de poder”, recorda-se. O jovem tinha um avô alcoólatra. Nas “bocas”, descobriu que seu pai também era usuário de droga. “Minha mãe se separou dele por causa disso”, lamenta.

Em razão do vício, Felipe perdeu o emprego. Suas contas chegavam a R$ 5 mil por semana. Como não trabalhava, começou a furtar. Primeiro em casa, depois na rua. “Na hora eu agia sob o efeito da droga. No outro dia vinha o arrependimento. Só não fui preso porque me escondia nos cantos dos pátios.”

Foram sete anos sem limites nem lei. O rapaz batalhador se transformou em um homem agressivo e grosso, principalmente com as pessoas que mais gostava. Chegou a ponto de tentar o suicídio. De cara com o fim, ouviu conselhos e entrou no grupo de autoajuda Amor
Exigente. Durante dois meses freqüentou as reuniões, depois voltou às ruas. “Tinha a mente muito fechada, achava que podia sozinho, mas me enganei”, reconhece.

Em 2001, Felipe concluiu o primeiro tratamento em uma clínica de recuperação. Seguiu o programa longe das drogas durante um ano e meio. Voltou a beber e dali a um mês se entregou para a cocaína. “Nunca consegui ficar no primeiro gole, porque é uma obsessão mental. Me acomodei, sentia medo das responsabilidades, medo de fazer um dia melhor”, desabafa. Segundo ele, a pessoa que quer se recuperar não pode depender dos outros. Precisa crer em si.

Entre os períodos de tratamento e recaídas conheceu Anelise Rocha*, uma moça batalhadora, cara limpa. Namoraram. Moraram juntos. Ela engravidou, mas aos quatro meses perdeu o bebê. “Ela começou a sentir dores, pedia ajuda, mas eu estava bêbado, sem condições de socorrê-la. Foi um dos piores momentos da minha vida”, revela.

Depois de convulsões e duas paradas cardíacas, Felipe apostou na última chama da esperança. Procurou a Fazenda Santo Expedito para se salvar. “Do hospital vim direto pra cá. Senti que era a minha última chance. Se eu recair depois daqui, não vou ter coragem de acender de novo. Tive várias chances e não aproveitei. Essa é a última”, exclama o jovem que tem na cocaína a sua pior inimiga.

Hoje ele se diz um homem mudado. Tem fé. Por toda a vida iniciava as coisas, mas nunca terminava. Segue o cronograma, trabalha, lava suas roupas, ajuda na cozinha. Dá o melhor de
si por si mesmo. “Droga lembra só tristeza, família chorando. Quero dar valor às pequenas coisas, à minha vida. Quero ser um vencedor, só por hoje, e assim por diante”, enfatiza.

Felipe está casado com Anelise, mora em Sapucaia do Sul e é pai de um menino de três anos. Seu sonho agora é passar para o filho a experiência de um pai verdadeiro e ensiná-lo a viver
feliz sem drogas.

***A pedido do entrevistado os nomes foram trocados.

Postado por: Franceli Stefani
Postagem baseada no livro "Visconde Partido ao Meio", de Ítalo Calvino

A música sentida num só sopro


Orquestra de Sopros de Nova Petrópolis é destaque pela leveza e qualidade de seu som


Nova Petrópolis – A boa música é conhecida por se ruma arte que combina uma sucessão de sons e silêncios agradáveis aos ouvidos e à mente. E em Nova Petrópolis, desde 1999, a musicalidade da Orquestra de Sopros encanta a população. A orquestra, inicialmente da Fundação Cultural, iniciou suas atividades com o Maestro Astor Jair Dalferth, de Teutônia, quando um grupo de músicos se reuniu com o objetivo de formar um instrumental com repertório totalmente diferenciado. Paralelo aos músicos profissionais, foi iniciado um projeto de formação de novos músicos. No mesmo ano e subseqüentes, a orquestra teve projetos de incentivo aprovados através da Lei de Incentivo à Cultura e pelo Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet.

Dificuldades
No final de 2006, a Orquestra encontrou uma grande dificuldade. Por falta de incentivos em manter o então Maestro, Carlo Dick, o grupo teve que encerrar as atividades. Porém, seis meses após, o clamor do público e dos próprios músicos fez com que a Orquestra ressurgisse ainda mais forte, determinada a levar seus projetos adiante.
A Orquestra então formou o projeto Música Para Todos. Além das apresentações em eventos, o grupo leva música instrumental às comunidades dos bairros afastados e no interior, onde mensalmente é realizada uma apresentação. Conforme uma das responsáveis pela orquestra, Tânia Berghan, o objetivo do projeto é não só mostrar o trabalho dos músicos, mas também aguçar o gosto pela música nas pessoas.

Repertório
Atualmente a orquestra encontra-se sob regência de Leandro Sudbrack e é composta por 26 músicos e musicistas que tocam os seguintes instrumentos de sopro:
Flautas, Clarinete e Saxofones, Trompetes, Trompas, Trombones e Tuba. O repertório vai do clássico ao popular, passando por ritmos brasileiros e latinos, jazz, rock, temas de filmes e musicais e músicas folclóricas locais e de vários países. Os atuais músicos e musicistas, especialmente do município de Nova Petrópolis, atuam nos ensaios semanais e nas apresentações musicais absolutamente de forma voluntária, sem receber qualquer forma de remuneração ou ressarcimento de despesas.

Apoio
Além do tradicional apoio da Prefeitura, a Orquestra conta também com apoio do Governo Federal através do Ministério da Cultura, que recentemente aprovou o projeto “Música Para Todos”, sendo autorizada a captar recursos para a manutenção do mesmo e para continuar a encantar os ouvidos com a bela música proporcionada.

Postado por: Bianca Hennemann
Postagem baseada no livro "Concerto Campestre", de Luís Antônio de Assis Brasil